Morro da Glória Jan 2020

Em 04 de Janeiro de 2020 ficamos muito tristes ao subir o Morro da Glória e vermos a devastação que ocorreu ali. Tirar as árvores de Pinus que foram plantadas tudo bem, mas pra que colocar fogo em tudo depois, queimando daí até a vegetação nativa do lugar? É lamentável. Algum tempo depois um vereador botou lá placas e atraiu uma galera pra subir tirar fotos em uma balança instalada lá sem autorização do proprietário. Junto ao cenário de queimada, acumulou-se lixo e desordem.

Enfim, subir esses morros como sempre fazíamos não dá mais. Cada vez mais destruídos e bloqueados.

Morrão em Itaperuçu

Dias 11 e 12 de outubro de 2020 atacamos um morrão em Itaperuçu. Na verdade, segundo os critérios do IBGE e Ministério do Meio Ambiente (http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30302.html) trata-se de uma montanha pois a diferença altimétrica entre a base (860 m) e o topo (1198 m) é de 338 metros. Portanto se enquadra. Muito difícil de subir por conta de estar fechado de vegetação e bem perigoso por ter muitas pedras soltas. O Quartzito e o Metapelito que encontramos está todo quebrado e com grandes placas em movimentação gravitacional. A vista é soberba. A leste dá pra se ver o Morro de Pombas (1120 m) junto com o Morro da Cruz (1130 m), um pouco mais acima vemos Morro da Glória (1260 m) e a nordeste o Mossunguê (1190 m) que é o das antenas e ao longe se reconhece até algumas das formações da Serra do Mar. A sudoeste vemos a linha formada pelos morros da Palha (1080 m), Endoenças (1120 m), Ourives (1090 m), Três Barras e do Cal (1120 m). Ao Norte os mares de morros do Vale do Ribeira.

No primeiro dia chegamos tarde na base e não encontramos nenhum dos moradores das seis chácaras que estão localizadas na base e demoramos um tempão procurando a trilha que depois chegamos à conclusão que era praticamente inexistente. Chegamos a um paredão de Xaxins e Samambaias impossível de se passar. No dia seguinte com muita paciência e ferramentas adequadas, deitamos apenas a vegetação, abrindo um trecho de 500 metros, levando mais de meia hora para isso. Chegamos enfim num trecho limpo mas muito inclinado e com pedras soltas. Mais uns 800 metros dessa subida difícil para daí se chegar a trechos menos íngremes.

Não divulgaremos aqui os nomes dos locais nem os acessos pois está havendo muita depredação nos morros abertos para visita da região. A recente corrida para atividades ao ar livre está contando com pessoas sem a menor noção de como fazer isso, gerando lixo, porteiras abertas, corte de vegetação e outros transtornos que preocupam principalmente os proprietários dos terrenos onde esses morros estão localizados.

Fica o registro.

Gruta do Campestrinho – Desmoronamento

Na data de 06 de setembro de 2020 em visita na Gruta do Campestrinho, notamos o desenvolvimento de um grande movimento de massa na forma de erosão, ravinamento e deslizamento do solo na dolina que dá acesso ao conduto principal da caverna.

Esse desmoronamento está sendo provocado pela reabertura de uma estrada de ligação entre minas existentes na área adjacente.

CACHOEIRA SANTA CRUZ

O Rio Tacaniça corre por um vale com muitas curvas e abruptas alterações de elevação. Somado a isso a construção de um reservatório que data da década de 1960 contribui para um panorama interessante de uma bacia hidrográfica com belos cenários. Entre eles está o conjunto de cachoeiras conhecido como Santa Cruz, à jusante da barragem de mesmo nome. Estas fotos são da primeira queda d’água, a menor delas e mais fácil de ser alcançada.

 

 

A Modinha das Corridas Extremas

É muito bom que cada vez mais pessoas se interessem pela corrida e pelas atividades ao ar livre. Porém tenho notado alguns problemas principalmente ligados às pessoas que estão saindo para as atividades motivadas por ondas passageiras, as chamadas modinhas.

Toda vez que converso com colegas que costumam se deslocar para as montanhas paranaenses, eles tem um história para contar. De que a trilha para o Ciririca está cada vez mais tomada de barro e encharcada. De que seguidamente quem está subindo topa com alguém descendo em alta velocidade. De ter que ajudar alguém que tropeçou em raízes. De ser atropelado na trilha por um corredor que está “treinando”. Muitas histórias, todas negativas.

Mas a pior coisa que pude constatar recentemente é o fato de que com o acúmulo de pessoas subindo e descendo as trilhas, estas estão ficando demasiado destruídas. Novas passagens vão sendo abertas para contornar locais onde há algum acúmulo de barro ou água. O intenso pisoteio vai formando locais onde os pés afundam cada vez mais e notamos a abertura do solo até a rocha, expondo esta. Relatos dão conta de que já se formam pequenas ravinas em trechos de trilha no Anhangava, no Morro dos Perdidos e no Araçatuba. Por coincidência, os morros mais visados para treinos de corrida de montanha.

Outra fato que mostra a total falta de compromisso dessas pessoas com o ambiente do qual estão desfrutando é que são encontradas enormes quantidades de lixo pelas trilhas. Até um tempo atrás o que se encontrava com muita frequência nos lixos das trilhas eram latinhas de refri, latas de cerveja, garrafas plásticas PET principalmente de bebidas alcoólicas baratas tipo vinho Fontana e batida Havaianinha. Mas hoje o que mais se vê são embalagens de gel alimentício. Sim, aqueles pequenos sachês de  carboidrato para  reposição rápida de energia. Por pequenos que sejam, na quantidade acabam superando até mesmo as já tradicionais garrafas pet, pois são mais difíceis de coletar.

Vejo diversos vídeos feitos na edição 2015 da Corrida Trail dos Perdidos. Até 2015 o maior percurso era de 50 quilometros, porém subindo duas montanhas, o Morro dos Perdidos e o Araçatuba. São relativamente fáceis de subir quando se está bem condicionado e sem preocupação com o relógio. Porém, numa competição, meio que vale tudo. Um dos corredores que filmou o percurso mostra muitos trechos em que os pés dos corredores afunda na lama até a metade da tíbia. Causado pelo fluxo intenso de pessoas. Mais de 300 concentradas em pouco espaço de tempo, cruzando uma única linha no chão. Em dado momento, ao se agarrar em uma pequena árvore para superar um degrau de rocha, ela quebra. Quantas dessas não serão quebradas pelos outros corredores? Os tênis possuem garras de borracha na qual aderem fragmentos do solo e uma boa parte da serrapilheira de submontana. Os tênis são trocados ou limpos no topo da montanha. E as sementes dessa serrapilheira ficam por ali mesmo, no topo da montanha. De pouquinho em pouquinho isso provoca um dano genético na vegetação que futuramente poderá ser irreversível.

Conversando com um trilheiro velho, este me conta que na região de Cubatão, uma das mais desconhecidas de nosso estado e que detém uma faixa de vegetação riquíssima e bem conservada, ocorreu uma corrida destas, com cerca de 100 pessoas onde muitas desistiram por não conseguir atravessar  os alagados que haviam no meio do caminho.  Alguns desses charcos oferecem grande risco por estarem em contato com rios intermitentes que sobem e baixam de acordo com o ritmo de chuvas.

Aproxima-se uma das corridas mais aguardadas da modalidade. A subida da Estrada da Graciosa. Então de uns 3 meses pra cá, o que você vê de corredores subindo essa estrada histórica não está nos anais da história. Nesse caso específico, a corrida não pega trilhas e possui uma estrutura habituada com corridas de rua e sua costumeira faxina após a prova. O colorido dos uniformes de treino e dos rabos de cavalo balançantes até animam.  Mas vemos ao longo da estrada provas de que os novos e talvez até os velhos atletas não estão nem aí para o ambiente ao seu redor. O aumento do lixo pela estrada é exponencial. Garrafas de isotônico, suco e embalagens de carboidrato em gel são encontradas as pencas pela beira da centenária estrada.

Ficam as perguntas. De onde saíram tantos atletas de última hora? Vai durar isso ou é só uma modinha passageira? É necessário educar melhor esse pessoal? Pelo menos para essa última pergunta a resposta certeiramente é sim!

LIXO NA GRUTA DA LANCINHA

O intrépido Maicon constantemente cuida da Gruta da Lancinha e além de retirar pichações, sempre dá um jeito de coletar o lixo deixado pelos turistas irresponsáveis.

Porém, recentemente a coisa tem se complicado. A quantidade de lixo cresceu exponencialmente a ponto de que em um dos últimos domingos o Maicon tirou cinco sacos enormes cheios de lixo os quais transportou por seus próprios meios para Rio Branco do Sul dando-lhe destinação adequada.

A conclusão é de que uma horda de seres desprovidos de cérebro tem transitado em todos os cantos da nossa querida Gruta da Lancinha deixando embalagens de salgadinho, copos plásticos, caixinha de suco, casca de bala e muitas garrafas de vidro entre outras coisas.

Muito feio e muito lamentável!!!

 

Morro da Glória, Itaperuçu/PR

O Morro da Glória possui altitude de 1230 m.sobre o nível do mar. Para sua ascensão parte-se de uma cota de 970 m. snm em trilha suave. Na verdade uma estrada de retirada de madeira de pinus. Deve-se tomar cuidado uma vez que há diversos relatos de ocorrência de cobras das espécies Jararaca (Bothrops) e Cascavel (Crotalus durissus), ambas muito venenosas e letais.

A vista compreende quase todo o primeiro planalto paranaense, de onde se vê desde a Serra de São Luiz do Purunã, Morros da Palha e Bateias a Noroeste, Serra da Betara e do Morro Grande bem na proximidade à leste. Se tem a visão de Curitiba inteira quando está com tempo bom. A Serra do Mar do Paraná também é visível em uma porção significativa. A Nor-Nordeste avistam-se as Serras da Lorena e da Santana (também conhecida como Cordilheira, utilizada para prática de Parapente). Ao Norte, os mares de morros característicos do Vale do Ribeira.

Tempo de ascensão foi de sessenta e cinco minutos.

Gruta de Toquinhas (das Toquinhas ou Estoquinha)

Estivemos em expedição à Gruta de Toquinhas (também conhecida como da estoquinha) no dia 08 de fevereiro de 2016. A equipe foi formada por Denilson, este que aqui escreve e o Maicon que realizou a tomada das belíssimas fotografias que seguem abaixo.

Um dos acessos ao interior da caverna está com grande risco de desabamento do teto. Recomendamos que ninguém tente entrar nesta caverna.